PATRULHEIRO RODOVIÁRIO ALICIA MENORES!


A mãe da adolescente de 14 anos aliciada por um agente da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para produzir fotos e vídeos com material pornográfico agiu como uma “investigadora” antes de procurar a polícia para relatar as suspeitas. Em depoimento à Polícia, C.R. (as envolvidas no caso serão identificadas por letras para preservar a identidade das vítimas), mãe de F.R, contou que desconfiou que havia algo errado com a mudança de comportamento da filha e decidiu assumir a identidade da adolescente para conversar com Marcos Gomes da Silva Júnior.

Com receio de que a filha estaria correndo algum risco, C.R. tomou posso do aparelho da filha e encontrou mensagens do agente da PRF: “o que você acha da gente fazer essa brincadeira?”, sugeriu Marcos Gomes à adolescente. Junto da mensagem, havia uma foto de um homem estrangulando uma mulher. Quando tentou confrontar a filha, F.R. fugiu de casa para não explicar a história para a mãe.

Foi nesse momento que C.R. decidiu trocar as mensagens com o acusado, como se fosse a filha, tentando marcar um encontro presencial com o homem. Ele propôs que a adolescente “arrumasse” uma amiga e que todos se encontrassem em um motel. Através de outro perfil sem identificação, o homem entrou em contato com F.R. suspeitando de que seria a mãe dela na conversa.



“Amiga, tá tudo bem com você? Aconteceu alguma coisa? Porque o Marcos tá desconfiado que não é você, que é a sua mãe", disse uma amiga virtual que apresentou Marcos Gomes à F.R. A mãe, ainda se passando pela filha, negou e continuou a conversar. A amiga avisou que viria ao Rio de Janeiro com o acusado, e sugeriu um encontro para conhecer F.R. e outras amigas menores de idade.


Na esteira das suspeitas de que não estava falando com a adolescente, Marcos Gomes pediu para que ela apagasse fotos, vídeos, conversas e comprovantes das transferências bancárias. A essa altura, F.R. já havia enviado vídeos de curta duração, gravados com seu próprio celular, e recebido recompensas financeiras entre R$ 50 e R$ 100 pelo material. Foi nesse momento que C.R. acessou a galeria da filha e descobriu que ela mandava vídeos pornográficos para o homem.

Quando F.R. voltou para casa, conta a mãe no depoimento, confessou que fez uma amizade, em setembro de 2021, no Instagram, com uma jovem que a apresentou para um policial de Itaipuaçu, com quem ela já teria envolvimento sexual. Além dos vídeos de F.R., Marcos Gomes convenceu a jovem de gravar conteúdo pornográfico com outras duas amigas, de 20 e 15 anos, pelo valor de R$ 450.

C.R. permaneceu monitorando o celular da filha e descobriu que Marcos Gomes dava aulas de natação para crianças em um projeto do Corpo de Bombeiros (CBMERJ), o Projeto Marola, que atende jovens em Itaipuaçu. A mulher constatou que outras menores que foram alunas do acusado no projeto seguiam ele no Instagram e, por isso, decidiu cofrontá-lo. Ela mandou uma mensagem questionando como um policial apresentava tal comportamento criminoso em relação a menores de idade.

Marcos Gomes não só respondeu a mãe da vítima, como pediu para encontrá-la pessoalmente. Em uma praça, o agente da PRF pediu desculpas, alegou estar arrependido e tentou subornar C.R. “De que maneira eu posso te ajudar? Você está precisando de alguma coisa, de psicólogo? De dinheiro?”, ofereceu o acusado. A mãe da adolescente de 14 anos só pediu para que ele mantivesse distância da filha.

A última investiga de Marcos Gomes aconteceu tempo depois, através de uma mensagem enviada para C.R. em que se oferece como cliente para comprar marmitas vendidas pela mãe da jovem. Ele sugeriu buscar as encomendas na casa de C.R., que recusou duas vezes. O registro da ocorrência só foi feito algum tempo depois, quando Marcos Gomes voltou a perseguir F.R. com novas contas falsas no Instagram e investidas nas ruas de Itaipuaçu.

Foi a partir desse relato da mãe, no processo que corre em segredo de justiça, que a Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV) entrou no caso com as provas reunidas por C.R. Mesmo com as investigações, Marcos Gomes teria continuado a manter contato com a adolescente. Entre as provas estão as ofertas de dinheiro, reproduções de telas com imagens capturadas de um aplicativo e troca de mensagens pelo celular.

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